INTRODUÇÃO
Para grande maioria das pessoas que passam ou passaram por uma escola,
estes termos: sabatina, exame, teste, simulado e avaliação, têm uma conotação
negativa. Isso se deve sem dúvida as experiências negativas em relação à
avaliação. Vejamos um texto sobre um dia de prova
O professor de
geografia entra na sala e anuncia - Hoje é dia de prova. Vê-se a ansiedade em
todos os rostos. Com afobação, cada um pega uma folha de papel. Durante o
ditado das questões, escutam-se gritos de alegria ou desolação. Depois alguns
se põem imediatamente ao trabalho e escrevem sem parar. Outros, ao contrário,
têm um ar pensativo e olham o teto acreditando lá encontrar inspiração. Alguns
chupam o lápis, fixando o olhar sobre as folhas que continuam brancas, às vezes
lhes vem de repente uma idéia por sua vez eles se põem a trabalhar. Alguns com
as mãos sobre a testa refletem profundamente. O professor pede os trabalhos,
porque é hora de devolver. Os alunos cuja as folhas ficaram quase brancas
tentam nos últimos momentos que restam, acrescentar alguma coisa. E, com
tristeza, os retardatários devolvem suas folhas. O último pensamento que têm em
relação à prova é a nota. Aqueles que foram bem sucedidos a esperam com
impaciência e os outros, com temor. (PILETTI, 1984, p.192)
Percebe-se um clima de insegurança, ansiedade e medo gerado pela
avaliação. É necessário que os educadores reflitam sobre suas práticas
avaliativas, no intuito de esclarecer e abrir novos horizontes para avaliação
escolar, considerando o desenvolvimento integral e individual de cada aluno.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS
.
. Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacional (PCNs) 1997.
A avaliação deve
ser compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimentar,
sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Acontece contínua e
sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento
construído pelo aluno. Possibilita conhecer o quanto dele se aproxima ou não da
expectativa de aprendizagem que o professor tem em determinados momentos da
escolaridade, em função da intervenção pedagógica realizada. Portanto, a
avaliação das aprendizagens só pode acontecer se forem relacionadas com as
oportunidades oferecidas, adequando as situações didáticas propostas aos
conhecimentos prévios dos educandos e aos desafios ao serem enfrentados.
Sendo assim, a avaliação deve adequar - se á natureza da aprendizagem,
considerando não só os resultados, mas também o processo. Por isso é
fundamental acompanhar as tentativas realizadas pelo aluno, sua interação com
os outros alunos, recursos e estratégias utilizados.
Segundo Bassedas
1999, a
finalidade básica da avaliação é que sirva para intervir, tomar decisões
educativas, para observar a evolução e o progresso da criança e para planejar
se é preciso intervir ou modificar determinadas situações, relações ou
atividades na aula.
O mais importante não é emitir um juízo, determinar uma situação, mas
propor hipóteses contrastá-las com outras pessoas adultas que se relacionam com
a criança, comprová-las e modifica-las quando se considerar que não
correspondem a evolução da criança.
Quando avaliamos não o fazemos somente em relação á evolução da criança,
mas também ao nosso programa e a nossa intervenção educativa. Desse ponto de
vista verificamos que a avaliação serve para valorizar o que acontece quando
colocamos em prática o programa e planejamos previamente e para verificar se é
preciso modificar ou não determinadas atuações. Nesse caso, a avaliação esta
sendo utilizada para recolher informações que ajudam a melhorar as propostas
que fizemos em aula.
Devemos entender
a avaliação como uma tarefa didática necessária e permanente na ação educativa,
acompanhando passo a passo o ensino aprendizado. Comparar os resultados obtidos
com os objetivos propostos, a fim de constatar evoluções, dificuldades e
reorientando o nosso trabalho. A avaliação deve ser usada em prol do aluno e
também para auxiliar o trabalho do educador, com função diagnóstica, mediadora,
significativa e acompanhamento do desenvolvimento do aluno.
AVALIAÇÃO DA
APRENDIZAGEM - AVALIAÇÃOTRADICIONAL
A avaliação tradicional baseia-se em uma concepção rígida do
desenvolvimento humano e da aprendizagem na instituição escolar, ou seja, o
processo é de inteira responsabilidade do adulto educador, separando os eleitos
dos não eleitos. Assim sendo, essa pratica exclui uma parte dos alunos e
admite, como aceitos, uma outra, manifestando-se pois, como uma pratica
seletiva.
Segundo SAUL a avaliação da aprendizagem, definida como uma das dimensões
do papel do professor transformou-se numa verdadeira ‘arma’, e um instrumento
de controle que tudo pode. Através do uso exacerbado do poder, o professor
mantém o silencio, a ‘disciplina’ do aluno (...)
A avaliação tradicional está mais articulada com a reprovação do que com
a aprovação, pois os educadores usavam a avaliação como meio de castigo para
seus educandos, impondo sua autoridade, e isto com certeza, não tem nada a ver
com uma efetiva avaliação da aprendizagem
A avaliação do rendimento escolar é utilizada como
instrumento de controle disciplinar, de discriminação do aluno, de controle de
sistema de classe social, de forma ameaçadora. Pressupondo uma homogeneidade a
clientela escolar, ela propõe igualdade de condições a classes heterogêneas,
com o contexto de vida diferente, desconsiderando o ritmo de aprendizagem
própria de cada aluno. Com isso crava o destino do aluno, decide trajetórias
de vida baseada em reprovação e
aprovação(...) (SOUZA, 1194 p.129)
Para
GANDIN e GANDIN, a avaliação é conseqüência do tipo de ensino que se faz, e
passou a limitar-se dentro das seguintes características: centrou-se no aluno
individualmente, como única realidade a ser avaliada, burocratizou-se em notas
ou conceitos, perdendo a vida, a esperança, limitou-se a conteúdos
preestabelicidos, muitas vezes sem sentido, levou os alunos a se interessarem
acima de tudo pela nota, a usarem todos os esquemas para ‘passar’ de ano,
envenenou as relações professor-aluno e aluno-aluno, glorificou a memorização como
se ela fosse mais importante do que a observação, a duvida, a elaboração de
hipóteses, a controvérsia, análise, a síntese, o espírito critico, a
participação, levou o professor a confundir o que se faz – transmissão de
algumas formulas prontas – com que pensa que faz – ajudar as pessoas a
crescerem, a saberem, a se conscientizarem, a terem a sua identidade.
AVALIAÇAO CONSTRUTIVISTA
Nas ultimas décadas a aplicação das idéias e princípios do construtivismo
despertaram muito interesse de educadores e estudiosos e ainda continua
despertando principalmente quando se refere avaliação em contextos
construtivistas.
O professor é um educador. Educação é um ato essencialmente humano. O
homem, porem, é um ser limitado, precisa do outro para viver, para se realizar,
para construir um ‘mundo melhor ‘, e esse ‘mundo melhor ‘ esta condicionado aos
valores da sociedade que o homem construiu ou reconstrói permanentemente.
(SANT’ANNA, 1995 p.23)
Nessa visão
podemos definir avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de
que a avaliação, por si é um ato acolhedor, integrativo e inclusivo. O
professor tem claro que educar é fazer a historia do aluno, dirigindo e
direcionando-o rumo aos seus anseios.
Para PIAGET, não
há operação sem cooperação, o que indica a importância da participação dos
colegas e do professor como problematizador.
Podemos afirmar,
então que para avaliar dentro de um contexto construtivista, é preciso entender
que aprendizagem se constrói individualmente, ou seja, com um sujeito concebe e
interpreta a sua própria realidade, neste sentido a avaliação deve recair sobre
o processo de construção de conhecimento e não sobre o resultado final obtido.
A avaliação deve
voltar-se para o que estava acontecendo antes, o que está acontecendo agora e o
que poderá acontecer depois com o educando, a medida que ele está a serviço de
uma formação construtivista que olha para o ser humano como um ser em
construção permanente.
AVALIAÇÃO
DIAGNOSTICA
Existe atualmente, uma grande necessidade em rever a pratica da avaliação
educacional. Tal constatação requer uma nova postura em avaliação, precisa que
o educador torne o ato de avaliar, num processo continuo e prazeroso e acima de
tudo que a avaliação se constitua num diagnostico da aprendizagem. A avaliação,
como um ato diagnostico, tem por objetivo a inclusão e não exclusão, a inclusão
e não a seleção. O diagnostico tem por objetivo aquilatar coisas, atos,
situações, pessoas, tendo em vista tomar decisões no sentido de criar condições
para a obtenção de uma maior satisfação daquilo que se esteja buscando ou
construindo.
Esse tipo de avaliação oferece ao professor a oportunidades de verificar
continuamente, se as atividades, métodos, procedimentos, discursos e técnicas
que ele utiliza estão possibilitando ao aluno alcançar os objetivos propostos.
Assim comparando os resultados obtidos, com a sondagem inicial, constatará o
que o aluno se apropriou e qual a sua possibilidade para um trabalho futuro.
Devemos ter a compreensão que a avaliação auxilia a aprendizagem, e uma
vez que fizermos bem a avaliação estaremos atentos as necessidades dos
educandos e com certeza poderemos ficar na espera de seu crescimento.
AVALIAÇÃO
MEDIADORA
Essa avaliação é chamada de mediadora porque serve de parâmetro para quem
ensina e quem aprende. É uma relação dialógica na construção do conhecimento.
Ela deve corresponder mais a uma auto-analise, do que como um instrumento de
reforço ou de um controle de comportamento. Dessa forma, a avaliação deve estar
a serviço do aprendiz, como uma ferramenta de auxilio, tanto para o aluno,
quanto para o professor, apontando o momento em que esta deve sair em auxilio
do primeiro, mostrando-lhe suas falhas, para que reflita sobre as mesmas. A
avaliação assim entendida, também será indicativa da forma de intervenção do
professor ao abordar o aluno
Sendo assim esta avaliação exige a observação individual de cada aluno.
Através dela o professor deve avaliar o aluno na sua potencialidade, na sua
construção do conhecimento e fazendo com que esse aluno se aproprie do conhecimento.
O que é essencial nesta avaliação é prestar muita atenção nos educandos,
conhecê-los bem, entender suas falas e argumentos, desafiá-los para a busca de
alternativas para uma ação educativa voltada a autonomia moral e intelectual. É
fundamental também a reorganização do saber, a promoção interativa da
afetividade e a investigação de novas estratégias.
Há necessidade que ocorram muitas mudanças, para que a avaliação
construtivista mediadora se processe de forma desejável e cumpra seu papel. Uma
das mudanças seria encarar o educando como um sujeito de sua historia, do seu
próprio desenvolvimento e aprendizagem, seria preciso entender que ele é um ser
autônomo dotado de criatividade, portanto um ser critico e participativo.
A melhor forma de entendermos a avaliação mediadora é colocá-la em
pratica, pois a fundamentação dessa avaliação está na organização/reorganização
dos conhecimentos e na passagem da ação para a conceituação.
AVALIAÇÃO DIALOGICA
A avaliação dialógica permite identificar as respostas verdadeiras das
não verdadeiras, cabe ao educador saber habituar e oportunizar seus alunos e
responder espontaneamente, deixando os pensamentos se manifestarem de forma clara e precisa,
contribuindo para a verdadeira construção do conhecimento.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
NOVAS POSSIBILIDADES
PARA A AVALIAÇÃO
O educador que está constantemente
buscando aperfeiçoar a sua ação educativa tem no processo de avaliação, um
valioso recurso não só para perceber melhor a si mesmo, como também avaliar que
efeitos a sua forma de atuar vem exercendo sobre os educandos.
Observar e avaliar a nossa própria forma de atuar, estar atento ao
comportamento do educando, a sua forma de pensar, ouvir seus interesses e atuar
positivamente para que superem as próprias dificuldades, todos estes aspectos
juntos, tem muito a ver com o processo de avaliação e com a educação de
qualidade.
Mas será que só o fato de estarmos preocupados, com a nossa pratica
pedagógica e avaliativa é suficiente para que aconteça alguma mudança? Sabemos
que a tomada de consciência seria o passo inicial, mas é preciso por em pratica
e não ter medo de enfrentar os desafios que virão pela frente. Quando o
educador passa a compreender a importância de seu trabalho individual e se
conscientiza que o primeiro passo é e deve ser dele, a dimensão transformadora
de sua ação passa a sustentar a sua pratica, levando a comunidade educativa em
que esta inserida, também a ser instigado a promover mudanças coletivamente.
ALTERAR A METODOLOGIA DE TRBALHO EM SALA DE AULA
O professor tem em suas mãos, a oportunidade de transformar o seu espaço
educativo, em sala de aula, num lugar agradável de construção de conhecimentos,
pois é realizando um trabalho participativo entre professor e aluno, que
encontraremos respostas para os problemas de aprendizagem e indisciplina na
sala de aula.
O educador deve
rever sua pratica pedagógica, pois a origem de muitos problemas de sala de aula
encontra-se aqui. Deve procurar desenvolver um conteúdo mais significativo e
uma metodologia mais participativa, de tal forma que diminua a necessidade de
recorrer a nota como instrumento de coerção.(VASCONCELOS, 1994 p. 55).
Precisamos manter uma constante vigilância sobre cada aspecto de nossa
pratica docente, para que essa pratica não chegue a uma estagnação. Não podemos
estabelecer um marco de referencias e tomá-lo como terminado, pois o processo
ensino-aprendizado é continuo e necessita de uma busca constante de novas
possibilidades para tornar o ensino mais atraente para os alunos.
DIMINUIR
A ÊNFASE NA AVALIAÇÃO
A avaliação apresenta-se como atividade associada à experiência cotidiana
do ser humano. Frequentemente nos deparamos analisando e julgando a nossa
atuação e a dos nossos semelhantes, os fatos do nosso ambiente e as situações
nas quais participamos. Por que então a avaliação dentro do sistema educacional
precisa ser sistematizada e ter dia e hora marcada para acontecer?
Avaliação deve ser contínua para que possa cumprir sua função de auxílio
do processo ensino-aprendizagem. A avaliação que importa é aquela feita no
processo, quando o professor pode estar acompanhado a construção do
conhecimento pelo educando;verificando os vários estágios do desenvolvimento
dos alunos e não julgando-os apenas num determinado momento.
Para VASCONCELLOS, fazer a avaliação não no cotidiano do trabalho em sala
de aula, mas em momentos especiais, causou e causa sérios problemas para a
educação escolar. Segundo ele, , a uma profunda desvinculação da avaliação com
o processo educacional, gerando com isso não só nos alunos, mas a toda
população uma exagerada ênfase e conseqüentemente uma distorção no sentido da
avaliação.
Porém, VASCONCELLOS, evidencia que não se trata de acabar com a
avaliação, porque no seu verdadeiro sentido, a avaliação sempre fará parte do processo
de ensino-aprendizagem, pois os professor não poderá propiciar uma aprendizagem
a menos que esteja constantemente avaliando as condições do processo de
construção do conhecimento, para que possa dar continuidade ao seu trabalho.
O autor nos propõe que devemos
iniciar nossos mudanças partindo das séries iniciais, levando em conta que na
Educação infantil a avaliação se processa basicamente pela observação e
acompanhamento do processo de desenvolvimento da criança, então por que nas
séries subseqüentes precisa ter provas com horário e data marcada?
E quando já se convive com a
realidade presente no sistema educacional, VASCONCELLOS, sugere processas
mudanças em dois níveis:
- Séries Iniciais – a
implantação deve ser gradativa, iniciando por exemplo, num ano, na 1° série do
Ensino Fundamental e no ano seguinte, a escola iria implantando de acordo com
sua realidade, mas garantindo a transformação da prática avaliativa;
- Séries Mais Adiantadas – geralmente
se encontra maiores resistências, em razão do problema já estar mais enraizado
nos padrões tradicionais, dificultando a ação, mas isso, não deve nos impedir
de tentar novas possibilidades, o que o autor sugere, é que a diminuição da
ênfase na avaliação seja paulatinamente.
O professor deve aproveitar a
oportunidade da introdução de novas práticas para abrir debates, fazer
reflexões com os alunos sobre suas experiências com a avaliação e sobre a
necessidade de mudança. É importante que a discussão seja em cima de práticas
concretas, para não ficar somente no discurso.
ALTERAR
A POSTURA DIANTE DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
A avaliação deve servir para o
professor o que da sua mensagem foi passado, se foi atingido seu objetivo de
transmitir idéias na construção do conhecimento do aluno e não para classificá-lo
de acordo com os resultados obtidos nas avaliações. O que adianta o professor
dizer aos alunos: você tirou 100, “meus parabéns”, agora, você tirou 40 e
precisa estudar mais. A avaliação, neste caso, não é um processo de
transformação da prática pedagógica, mas sim uma forma de limitar a avaliação
em servir de classificação de objetos.
A avaliação, segundo
VASCONCELLOS, deve servir de reflexão
para novas alternativas de superação dos problemas, para ele a avalaição deve
ter efeito prático de mudar a forma de trabalho tanto do professor, quanto do
aluno, quanto a escola:
Professor - Organizar
recuperações de conteúdos, não da nota; retomar assuntos; explicar de outra
maneira; mudar a forma de organizar o trabalho em sala de aula; dar atenção
especial aos alunos que tem maior dificuldade, etc.
Aluno – Empenhar-se mais; dar
mais atenção a matéria quew tenha dificuldade; rever esquema de participação em
sala de aula; rever métodos de estudo; etc.
Escola – Dar mais condições de
estudo; espaço para recuperação; revisão de currículo; integração entre
professores, etc.
Outro fato importante, citado por
VASCONCELLOS, para alterar a postura diante dos resultados da avaliação é a Importância do Erro na construção do
conhecimento. Segundo ele, a valorização exclusiva da resposta certa, nega todo
o processo de construção do conhecimento, um caminho em que o educando está
tentando e não está tendo resultado adequado. É neste momento que o educador
deve interferir para reorientar o educando a construir seu conhecimento.
Outro problema que os educadores
devem evitar, segundo VASCONCELLOS, é as Profecias Auto- Realizantes, que
consiste em rotular os alunos bons e maus, mesmo antes de conhecer e trabalhar
com estes alunos.
Os conselhos de classe, podem se
tornar importantes estratégias na busca de alternativas para superar os
problemas pedagógicos, desde que observados alguns critérios citados por
VASCONCELLOS:
- Devem ser feitos durante o ano e não no final, quando pouca coisa pode
ser modificada;
- Devem contra, na medida do possível, com a participação de toda a
comunidade educativa, para que se tenha a oportunidade de uma visão de
conjunto;
- O enfoque principal deve ser o processo educativo e não as “notas”;
- Decisões sobre providências devem ser tomadas, registradas e avaliadas
no conselho seguinte, de modo a se fazer história;
Outro aspecto relevante é a “famosa Recuperação de Estudos” que apesar de
apontar uma grande solução para o problema de aprendizagem, não passam de
propostas que não saem do papel.
VASCONCELLOS ainda nos alerta quanto à questão da Reprovação, dizendo que
esta não deveria ser surpresa pra ninguém, pois deve-se fazer o possível e o
impossível para evitar esse processo, mas quando não sobrar mais nenhuma
alternativa, que pelo menos seu processo de definição seja democratizado.
A reprovação deve ser um recurso extremo, deve ser estudado caso a caso,
no momento que mais se adequar a cada aluno. Quer a decisão seja reprovar um aluno com dificuldades, esta deve sempre
ser acompanhada de encaminhamentos de apoio e ajuda para garantir a qualidade
da aprendizagem e o desenvolvimento das capacidades esperadas. (PCNs, 1997,
p.89).
CONCIENTIZAÇÃO
DA COMUNIDADE EDUCATIVA
Para VASCONCELLOS, na concepção democrática de organização da escola, a
participação de todos os segmentos da comunidade educativa é fundamental, pois
avaliar equivale à troca sincera entre professor e aluno, entre equipe
pedagógica e professores, entre pais e professores e entre escolas e sociedade.
O objetivo maior é de avançar no processo de ensino-aprendizagem,
oferecer uma educação de qualidade, contribuir efetivamente na formação de
pessoas críticas, capazes de assumir seus erros e lutar para vencê-los, mas
para tudo isso se faz necessário redimensionar a prática da avaliação, onde todos
os envolvidos tenham sua parcela de contribuição. Isso porém, não é uma tarefa
fácil e o primeiro passo depende exclusivamente do educador.
Nesta perspectiva, VASCONCELLOS, nos indica alguns direcionamentos que
podem nos proporcionar reflexões e contribuir na nossa busca por nvas
possibilidades para a avaliação:
-“A construção de critérios comuns – O
educador tem a tarefa de lutr para criar uma nova mentalidade junto aos alunos,
aos colegas de trabalho e aos pais, superando o senso comum a respeito da
avaliação”. (VASCONCELLOS,
Concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar, p. 75) .
- “Aproveitamento coletivo - A aprendizagem escolar é uma tarefa coletiva,
pos isso deve-ser incentivar entre os educandos, o caráter comunitário da aprendizagem,
a colaboração dos colegas é fator de crescimento mútuo, imprescindível no
processo de construção do conhecimento”. (VASCONCELLOS, p.75).
- “Trabalho
com a família – Não devemos nos esquecer de fazer a conscientização dos
pais, pois muitas escolas enfrentam muita
resistência simplesmente porque se “esqueceram” de comunicar aos pais as
mudanças de propostas e de práticas em relação à avaliação. (...) A família
deve ser orientada, no sentido da avaliação, pois muitas vezes os pais são os
primeiros a darem destaque à avaliação, enchendo os filhos de perguntas sobre
as datas de provas, sobre a matéria que irá cair, etc.” (VASCONCELLOS,
Concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar, p.76.)
- “Avaliar não só o aluno - Uma das graves distorções na avaliação escolar
é a sua aplicação restrita ao aluno; aprece que o professor, livro didático,
currículo, direção, escola, estão ‘acima de qualquer suspeita’ (...). A
avaliação deve levar á mudança do que tem que ser mudado, a todo nível do
sistema educacional para garntir que se concretize o novo projeto social”.
(VASCONCELLOS, p.78).
Só poderá estimular a reflexão e a
mudança, aquele que é capaz de pensar por si mesmo e tem a coragem de enfrentar
novos desafios. Só poderá pensar por si mesmo e tem a coragem de enfrentar
novos desafios. Só poderá favorecer a formação se seres críticos, aquele que
assume uma atitude crítica perante seu próprio trabalho no processo de
construção de conhecimento de seus educandos. Só poderá colher os frutos de uma
nova experiência aquele que sabe que os erros são respostas que sinalizam novos
pontos de partida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação é parte do aprendizado. A maneira de concebê- la e a forma de
aplicá –la, no entanto, modifica- se ao longo do tempo.
Atualmente, a avaliação é
percebida como um processo que acompanha permanentemente o ensino que o
professor promove e o aprendizado que ocorre com cada aluno. O propósito da
avaliação é detectar pontos fortes e aspectos a serem superados durante a interação
professor – aluno, fornecendo informações relevantes a todos os envolvidos
nesse processo. Os critérios previamente definidos orientam valores sobre o que
se obteve ou está em via de ser obtido, e os caminhos a serem seguidos para que
cada um dos participantes chegue ao aprendizado esperado, apoiando- se para
isso no diálogo, na compreensão e autocríticas permanentes.
Para que a avaliação sirva á aprendizagem é essencial conhecer cada aluno
e suas necessidades. Os instrumentos de avaliação devem contemplar as
diferentes características dos estudantes. Qualquer que seja o instrumento que
adote, o professor deve ter claro se ele é relevante para compreender o
processo de aprendizagem da turma e mostrar caminhos para intervenção visando
sua melhoria.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, Georfravia Montoza (org). Avaliação:
o saber na transformação do fazer. Londrina: Núcleo de pesquisa em
avaliação educacional, 2002.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
GANDIN, Danilo: Luís Armando. Temas
para um projeto político pedagógico. Petrópolis: Vozes, 1999.
PILETTI, Claudino. Didática geral.
2° ed. São Paulo: Àtica, 1984.
SANTANNA, Ilza Martins. Por que
avaliar? Como avaliar: critérios e instrumentos. Petrópolis: Vozes, 1995.
SOUZA, Clarice Prado de. Avaliação
do rendimento escolar. 3° ed. Campinas: Papirus, 1994.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Concepção dialética libertadora
do processo de avaliação escolar. São
Paulo: Libertad, 1994 – Cadernos pedagógicos do Libertad, v.3.